quarta-feira, 14 de maio de 2014

Momento memorável e inesquecível: nosso show de 30 anos

Numa das mais recentes postagens (clique aqui e a leia), tratamos de uma pequena parte do repertório apresentado no show comemorativo a 30 anos da Banda Ecologia. O artigo curiosamente nos rendeu uma boa quantidade de e-mails pedindo para que falássemos mais desse grande evento.

Atendendo a pedidos e depois de um grande bate papo com nosso querido Mauro Ross, eis aqui um pouco da história dessa apresentação tão memorável.

Pra quem não sabe, espetáculos comumente realizados em teatros municipais, quer sejam musicais ou de quaisquer outras manifestações artísticas, sempre são de única e exclusiva responsabilidade dos artistas. A prefeitura local só cede o espaço e algum equipamento técnico básico, recaindo assim sobre as costas do próprio artista, ou de seu produtor, tudo o que diz respeito ao evento em si.

Como por exemplo: conseguir patrocínio para confecção de panfletos, cartazes, faixas, outdoors e até ingressos, contratação de equipe técnica complementar formada por técnicos de som e luz, e também o próprio equipamento de som a ser usado no palco (que não é pouca coisa). Sem esquecer o transporte de tudo isso (que é muita coisa) também custa bem caro, devido à quantidade de equipamentos e, se tratando de bens muito frágeis que requerem muito cuidado no manuseio e traslado, igualmente exige mão de obra especializada (e por isso, cara) para a empreitada: carregamento na origem-transporte-montagem e desmontagem no destino-transporte-descarregamento de volta na origem.

Assim foi com o show comemorativo aos 30 anos da Banda Ecologia: a própria banda se autoproduziu e teve de se virar com tudo para fazer com que ele acontecesse.

Além de providenciar o que acima foi citado, a banda ainda conseguiu cerca de 300 camisetas – graças à ajuda de Hudson Galvão (um dos integrantes na época) e de Alex da Total Sign – que foram entregues junto com os 300 primeiros ingressos vendidos para o show.

Para o pessoal da banda, a produção tinha de acontecer da maneira mais perfeita possível, como um sonho de longa data em vias de ser realizado. Daí o tamanho desvelo que todos da Banda Ecologia trataram sua produção desde o começo. E olha que os preparativos tiveram início três meses antes da data marcada para o espetáculo.

Quem foi ao show nem imagina o quão cansativo pra todos os músicos da banda foi a sua preparação, principalmente no próprio dia do evento. Não que isso fosse um fator negativo, pois Mauro Ross & Cia. estavam eufóricos demais com o acontecimento pra sequer dar atenção àqueles momentos tão estressantes como montar o enorme telão instalado no fundo do palco para exibir imagens de várias épocas da banda e também fotos do Mestre Raul Seixas.

Outro momento pró-stress desse evento foi quando, na última hora, o pessoal da banda percebeu que o técnico do próprio teatro que poderia servir como apoio durante o espetáculo não tinha qualquer aptidão para bem desenvolver seu papel – se bem que até hoje não se sabe se ele não tinha aptidão ou estava era com muita má vontade.
Resumindo: faltando apenas duas horas para o início daquela sagrada apresentação, Mauro – com a salutar e mais que oportuna ajuda do amigo de sempre Admir “Jukinha” (clique aqui para ler o depoimento desse bom rapaz aqui no blog) – é que foi localizado um técnico de som decente para ocupar o posto, o guitarrista e produtor Rafael Silva (ex-integrante da banda rock gospel Hammah)

Todavia, mesmo com todos esses contratempos, Mauro relembra saudosamente de todo o show, do público cantando em uníssono a maioria das músicas e ainda sua receptividade quanto às composições próprias incluídas no repertório. Sua alegria ficou bem clara quando comentou que, ao final da apresentação notou que boa parte do público queria falar pessoalmente com ele. Aceitando essa vontade de aproximação, na hora da saída dos músicos do palco ele fala ao microfone que não iria prontamente para os camarins, pois primeiro sairia pela frente do palco se dirigindo ao hall de entrada do teatro para falar com todo mundo que quisesse. Ele fica imensamente feliz ao lembrar que quase não conseguiu chegar ao hall pois ao descer do palco foi imediatamente cercado por uma galera, a maioria amigos e alguns fãs, novos e antigos.

Foi mesmo um show memorável, daquele para ser contado a todas as nossas futuras gerações.

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