Numa
das mais recentes postagens (clique aqui e a leia), tratamos de uma pequena parte do repertório apresentado no show
comemorativo a 30 anos da Banda Ecologia. O artigo curiosamente nos rendeu uma
boa quantidade de e-mails pedindo para que falássemos mais desse grande evento.
Atendendo
a pedidos e depois de um grande bate papo com nosso querido Mauro Ross, eis
aqui um pouco da história dessa apresentação tão memorável.
Pra
quem não sabe, espetáculos comumente realizados em teatros municipais, quer
sejam musicais ou de quaisquer outras manifestações artísticas, sempre são de
única e exclusiva responsabilidade dos artistas. A prefeitura local só cede o
espaço e algum equipamento técnico básico, recaindo assim sobre as costas do
próprio artista, ou de seu produtor, tudo o que diz respeito ao evento em si.
Como
por exemplo: conseguir patrocínio para confecção de panfletos, cartazes,
faixas, outdoors e até ingressos,
contratação de equipe técnica complementar formada por técnicos de som e luz, e
também o próprio equipamento de som a ser usado no palco (que não é pouca
coisa). Sem esquecer o transporte de tudo isso (que é muita coisa) também custa
bem caro, devido à quantidade de equipamentos e, se tratando de bens muito
frágeis que requerem muito cuidado no manuseio e traslado, igualmente exige mão
de obra especializada (e por isso, cara) para a empreitada: carregamento na
origem-transporte-montagem e desmontagem no destino-transporte-descarregamento
de volta na origem.
Assim
foi com o show comemorativo aos 30 anos da Banda Ecologia: a própria banda se
autoproduziu e teve de se virar com tudo para fazer com que ele acontecesse.
Além
de providenciar o que acima foi citado, a banda ainda conseguiu cerca de 300
camisetas – graças à ajuda de Hudson Galvão (um dos integrantes na época) e de
Alex da Total Sign – que foram entregues junto com os 300 primeiros ingressos
vendidos para o show.
Para
o pessoal da banda, a produção tinha de acontecer da maneira mais perfeita
possível, como um sonho de longa data em vias de ser realizado. Daí o tamanho
desvelo que todos da Banda Ecologia trataram sua produção desde o começo. E
olha que os preparativos tiveram início três meses antes da data marcada para o
espetáculo.
Quem
foi ao show nem imagina o quão cansativo pra todos os músicos da banda foi a sua
preparação, principalmente no próprio dia do evento. Não que isso fosse um
fator negativo, pois Mauro Ross & Cia. estavam eufóricos demais com o
acontecimento pra sequer dar atenção àqueles momentos tão estressantes como
montar o enorme telão instalado no fundo do palco para exibir imagens de várias
épocas da banda e também fotos do Mestre Raul Seixas.
Outro
momento pró-stress desse evento foi quando, na última hora, o pessoal da banda
percebeu que o técnico do próprio teatro que poderia servir como apoio durante
o espetáculo não tinha qualquer aptidão para bem desenvolver seu papel – se bem
que até hoje não se sabe se ele não tinha aptidão ou estava era com muita má
vontade.
Resumindo:
faltando apenas duas horas para o início daquela sagrada apresentação, Mauro –
com a salutar e mais que oportuna ajuda do amigo de sempre Admir “Jukinha” (clique aqui para ler o depoimento desse bom
rapaz aqui no blog) – é que foi localizado um técnico de som decente para
ocupar o posto, o guitarrista e produtor Rafael Silva (ex-integrante da banda
rock gospel Hammah)
Todavia,
mesmo com todos esses contratempos, Mauro relembra saudosamente de todo o show,
do público cantando em uníssono a maioria das músicas e ainda sua receptividade
quanto às composições próprias incluídas no repertório. Sua alegria ficou bem
clara quando comentou que, ao final da apresentação notou que boa parte do
público queria falar pessoalmente com ele. Aceitando essa vontade de
aproximação, na hora da saída dos músicos do palco ele fala ao microfone que
não iria prontamente para os camarins, pois primeiro sairia pela frente do
palco se dirigindo ao hall de entrada do teatro para falar com todo mundo que
quisesse. Ele fica imensamente feliz ao lembrar que quase não conseguiu chegar
ao hall pois ao descer do palco foi imediatamente cercado por uma galera, a
maioria amigos e alguns fãs, novos e antigos.
Foi
mesmo um show memorável, daquele para ser contado a todas as nossas futuras
gerações.